sábado, dezembro 29, 2007

2008

Eu vejo uma grande mesa, comprida de firmes tábuas
É hora da ceia e sempre foi a hora da ceia
Não há nenhuma solenidade, nenhuma forma prévia
Apenas os diálogos vizinhos que excluem tudo de si, menos o diálogo
Eu vejo minha irmã
Eu vejo minha esposa
As crianças correm sem nada que as façam mover
Maria Eduarda, Rafael, Luana, Gabriel, Írio, Lucas, Beatriz:
Novos apóstolos de nenhum Mestre
Eu vejo minha esposa e o seu sorriso enche o meu prato
As mãos pensas do meu pai
O cansaço sublime de minha mãe
Eu grito por Gustavo, por Sandro, por Gabriel
Por Giorgio, por Mário, por Adauto
Por Filipe, por Carlos Henrique, por Rodrigo
Por Írio, por Márcio, por André
Eu parto o pão de Aline, de Vera, de Mariana
De Edgard
Os pés de Maria Juciane, as mãos de Renata
A ausência do meu avô
Em uma grande mesa, comprida de firmes tábuas
E na cabeceira o infinito
Quase se deixando entrever

quarta-feira, dezembro 19, 2007


Você vale ouro, todo o meu tesouro,
Tão formosa da cabeça aos pés,
Vou lhe amando, lhe adorando,
Digo mais uma vez,
Agradeço à Deus, por que lhe fez.

Ô, coisinha tão bonitinha do pai,
Ô, coisinha tão bonitinha do pai,
Ô, coisinha tão bonitinha do pai,
Ô, coisinha tão bonitinha do pai.
Charmosa, tão dengosa,
Que só me deixa prosa,
Tesouro, vale ouro,
Agradeço à Deus, por que lhe fez...

Ô, coisinha tão bonitinha do pai,
Ô, coisinha tão bonitinha do pai,
Ô, coisinha tão bonitinha do pai,
Ô, coisinha tão bonitinha do pai.
(Jorge Aragão)

sábado, dezembro 01, 2007

nós, por exemplo


E nos rincões da gente
Lá onde o Pai de Fátima reina entre o gado
Na inexistência dos bancos, das avenidas em dias de segunda-feira
O silêncio absoluto do umbu me conta uma estória
do amor entre um homem e sua filha