sexta-feira, dezembro 24, 2004


Minha maloca, minha maconha Posted by Hello

Minha maconha, minha menina, minha galera

O minha maconha
Minha torcida
Minha querida
Minha galera
O minha cachoeira
Minha menina
Minha flamenga
Minha capoeira
O minha menina
Minha querida
Minha Formiga...
O minha maloca
Minha larica
Minha cachaça
Minha cadeia
Minha vagabunda
O minha vida
Minha mambembe
Minha ladeira
O minha menina
Minha querida
Minha Formiga...
O minha torcida
Minha flamenga
Minha cadeia
O minha maconha
Minha torcida
Minha querida
Minha galera
Minha vagabunda
Minha mambembe
Minha beleza
Minha capoeira...
O minha menina
Minha querida
Minha formiga...
Minha torcida
Minha flamenga
Minha cadeia
O minha maconha
Minha torcida
Minha querida
Minha galera...

(Manu Chao- com algumas alterações)

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Retrospectiva 2004

Estou me guardando para quando o carnaval chegar
eu quero a carne do impossível entre os meus dentes
é como um bom samba mesmo
que nunca será de ninguém
para quê você quer meu celular?
então está convidado
vem mais prá perto
acho que estou apaixonado por você (que bom)
você não está se esquecendo de nada?
eu te amo
a Rússia é tão longe
Não se esquece de mim, tá?
do you speak english? I lost my luggage
está frio...então vamos a pé
Dr. André, estou indo para São Paulo cuidar de um problema de saúde, Deus dá, Deus provém
quem tem que decidir isso sou eu
sua avó está muito doente
oi, vó!
meu filho, sua avó descansou
os novos árabes dizem "enfim"
estou aqui, tá?
o último suspiro da carne é o choro de nascimento do mito
tchau, Sandro, se cuida...
Semana que vem a gente se muda em definitivo
Nós vamos morar juntos
Eu sou uma pessoa bruta, mas vejo pelos seus olhos que você é uma pessoa boa
vamos gravar ano que vem, o nome do disco é "Quem tem cu reza, ou O Inevitável Disco Místico"
estamos comunicando a unificação do escritório Urbano Vitalino com o Siqueira Castro
São Paulo, São Paulo, tá na hora, São Paulo, São Paulo
classe executiva é outra coisa
dorme garrinho comigo?
vamos lá prá casa e depois vamos prá sua
o ano ainda não acabou
estou me guardando prá quando o carnaval chegar
(mas eu vou com você)

terça-feira, dezembro 07, 2004

Rio

Por diversas vezes tentei traduzir - na forma de um poema - um Rio de Janeiro idílico, que resultou do meu encantamento ao ver a cidade. A tradução não veio, e eu não me permiti lutar com as palavras para apressar um poema que, com certeza, um dia virá. A relação do homem com a urbes é uma relação quase matrimonial; de intimidade devassada mesmo. É preciso ódio, amor, encantamento, casamento e divórcio; desejo e repulsa, para se escrever com propriedade sobre algo que foi construído para nos limitar em sua própria liberdade. Não tenho isso do Rio. Não tive tempo, foi só um beijo passageiro, um amor à distância. Quem sabe um dia, morando lá, possa eu fazer propriamente um poema sobre o Rio?

Posso falar das minhas impressões: pois foi no Rio que pude entender propriamente Machado de Assis. Só lá é possível uma Capitu. Só lá é possível essa sensação de que se busca um desejo a cada segundo. Só lá eu pude conviver mais com o seculo XIX do que aqui em Recife... e talvez isso já seja um poema. Machado de Assis não seria ele mesmo se não tivesse nascido no Rio, vivido no Cosme Velho. Há um quê de naturalismo nessa minha constatação, e não é à tôa. Só no Rio eu pude entender Aluísio Azevedo.

Mas deixemos disso por ora, meu caro amigo. O Rio é uma menina bonita pegando um ônibus no subúrbio, pensando nas contas que ela tem para pagar....e em algum lugar, um poema meu está guardado em um porta-jóias feito a mão.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Homem Animal

Não chegarei a ver os quadrinhos (comics) alçarem o status de arte, como aconteceu com o cinema e a fotografia (que findaram por libertar-se do jugo da categorização artística clássica) no passado século XX. Talvez seja necessário o advento de mais uma geração fanática por este meio de expressão da alma figurativa humana para que estes instrumentos, que tanto me divertiram nos meus melhores anos, sejam tidos por paritários à música, à poesia, e às outras musas velhas e novas.

Cá com meus botões, nunca torci o nariz ao bom e velho gibi. Ao contrário, devo a eles momentos significantes de gozo artístico literário. Giórgio me presenteou com a recordação de uma das histórias mais envolventes publicadas pela D.C comics que eu já tive o prazer de ler. Nela, o transborde das citações pop de um mundo que preenche (ainda preenche) meu imaginário. Metalinguagem pura. Diversão pura.

Em um dos melhores momentos, um arroubo poético do escritor Grant Morisson que trago a vocês...Está lá, no "Evangelho do Coiote":

"Dói respirar e tem um estilhaço de pedra cravado em sua virilha
Ele jamais saberá que a rocha contém uma anêmona fossilizada de perfeita e microscópica beleza"

Muito bom.