quarta-feira, dezembro 31, 2008

Nós fechamos os olhos
e já são vinte postagens em 2008.
A vida segue inevitável como a marcha dos pinguins.

Paz para todos.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal

O natal é meia banda de uma aspirina
para aliviar a enxaqueca crônica do mundo
tem as cores da coca-cola
e o gosto da neve que nunca vem.
Cristo não nasceu em dezembro
papai noel não existe e se existisse possivelmente estaria preso
acusado de pedofilia.
Mas só os sórdidos, os terrivelmente solitários
os loucos de todos os gêneros
e os intelectuais, imbecilmente intelectuais
ousam não sorrir mais leve
após tomar meia banda de aspirina

terça-feira, dezembro 16, 2008

Deus há de me compensar
por esses dentes tortos
por causa das lentes na cara
por esse senso de norte
Deus há de me compensar
por causa da morte do gato
porque eu perdi o meu ônibus
pelas mãos que evitam o tesouro
Deus há de me compensar
porque eu choro e eu sonho
pelas horas em que um mudo espanto
transborda da minha face em silêncio
e eu sigo conformado com os pássaros
Deus há de me compensar
ainda que eu faça o diabo
ainda que o mundo arrebente
em tanto rebanho de gente e de medo
Deus há de me confortar
eu cobro com multa e com juros
o preço de não ser ateu

domingo, dezembro 14, 2008

Um homem chamado André sairá hoje de casa

Iniciei um blog novo. Isso não significa o fim da "Fúria do Mar". Mas, já há algum tempo, pretendia sistematizar minhas idéias em algo mais alinhavado. O conceito do "Fúria" é de fluxo de consciência mesmo. Posto o que me dá na telha. Não raras vezes o conteúdo do texto se mistura com minha vida pessoal, o que imprime o tom de diário que eu não gosto muito. O novo blog será mais pensado embora não será raridade haver uma coincidência de textos postados.

Se minha única leitora (foi mal aí, José Teles) quiser dar um passeio por ele, está lá no "Wordpress". O http assusta: www.umhomemchamadoandresairahojedecasa.wordpress.com´

É isso.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

TREM

Se eu andasse sempre de trem, talvez mais feliz seria
pois nunca a volver, nunca a dar ré, é o modo da trilha
A paisagem sempre de uma vez, nunca repetida
pela imagem do retrovisor, invertida
Talvez mais feliz seria, se eu andasse de trem

Ao passo que o homem-automóvel, que vai de Lisboa à Sintra
terá sempre à disposição a marcha ré.
Verá o que perdeu de relance, por ser homem e possuir pouca fé
nos próprios olhos. Invertido no espelho do retrovisor, já não saberá
se veio de Lisboa ou se vai para Sintra
se seguia para vida ou prosseguia para o mar.

Mas o trem não se irmana a essas coisas. Não desperta o quiçá.
despreza o destino, os avisos de abalroamento
“Se eu casasse com a filha da lavadeira..” e, nesse momento, não estarás mais lá.

Atropela os acorrentados nos trilhos, mães, avós, pianos, segredos, a sala de estar.

Tudo de uma vez, como o vômito sincero da madrugada
Como a liberdade sagrada de uma coisa bruta e grega que não se apieda de ninguém
Eu quero ir como quem se lança a um soco
E o meu coração oco mais feliz seria, se eu andasse de trem

domingo, dezembro 07, 2008

Explicação para as fotos abaixo

Eu ainda me deixo surpreender pela tecnologia. As fotos postadas logo abaixo foram tiradas pela câmera do meu celular e enviadas imediatamente para o meu blog, através de um link automático. Isso não deve ser novidade para ninguém (nem para Maria Eduarda), e usualmente o "Blog do Jamildo" utiliza a mesma tecnologia para gerar postagens em tempo real (com filmagem). Eu sou da geração um dia antes do virtual, deixo-me conquistar tanto pelo mistério insondável da flor que não se deixa colher, quanto pela descoberta tecnológica que faço, ainda que tardiamente.


PS - Para minha prima Renata que deixou de ser a menina do sorriso mais gostoso do mundo, para ser a mulher com o sorriso mais gostoso do mundo, junto a José.

Um pouco mais cedo



Em tempo real



sábado, dezembro 06, 2008