Largado meio de lado, por causa de Maria, o Blog adentra a escuridão das coisas secundárias, sem qualquer alimento, bom ou ruim, que lhe dê o contínuo da vida. O Blog silencia como uma noite sonhada por uma árvore; cala como o eunuco das lavouras femininas, cala com o corpo.
Mas artimanhas são planejadas contra o Criador, e o Blog logo se tornará ateu de mim. Erigirá a minha não-existência ao plantel dos Deuses-Mortos e culturá o fato de que tudo tem um fim.
Por ora, eu ainda sou quem cospe por aqui.
(poema inacabado, 2003)
Na mesma terra árida, como eu faço todos os dias
abro a janela da minha casa e é sempre o mesmo céu que nos vigia
ao homem que passa (como a mim mesma) direi "bom dia"
o mesmo homem que sempre passa, na mesma circusntância
na mesa apatia
O dia é isso que me construo: a nata do leite que nunca tiro
O livro que leio, o mesmo livro
A memória que lembro: e é sempre a outra