Rapidinho que o tempo tá curto:
Duas músicas selecionadas para o EP do "Som na Caixa"
1 - All Star Vermelho
2 - De como Madame Satã rezou prá Santa Bábara
Veremos...
segunda-feira, novembro 21, 2005
And here we go again
Peço perdão pela omissão um tanto forçada (a se perdurar, inclusive. Foi mal, Marcelo)
Mas o esquema (música-advocacia-livro) está me chupando de uma maneira não muito gostosa.
Eu volto, logo, logo; tal qual um restaurante depois da reforma.
Aos meus três leitores fiéis, paciência e compreensão.
Até breve.
Mas o esquema (música-advocacia-livro) está me chupando de uma maneira não muito gostosa.
Eu volto, logo, logo; tal qual um restaurante depois da reforma.
Aos meus três leitores fiéis, paciência e compreensão.
Até breve.
segunda-feira, novembro 14, 2005
quarta-feira, novembro 09, 2005
MEIUQER
Aos que amam Manuel Bandeira. Aos que querem-querem. Aos que têm esperança e que não vão deixar de falar ao mundo por causa de qualquer intempérie. Você tem medo? Vem, me dê a mão - mesmo que à distância. O que morre hoje, nasce de novo amanhã. Vamos juntos enfrentar a fúria do mar:
Estrela da Vida Inteira
Estrela da Vida Inteira
Salvaguarda meu caminho
Brilharás sobremaneira, no meu coração sozinho
Quero os beijos de Adalgisa
A saliva de Carmela
A cidade em minhas veias
O que o ópio me reserva
Vou-me embora desse mundo
Vou para onde a tisteza não possa aparecer
Estrela da Vida Inteira
Querem coagir meu peito
a me dar por satisfeito
com trabalho, voto e lar....
Mas tal qual qualquer Estrela
quedo extinto enfim, um dia
sob o signo da alforria
de brilhar em outro ser
Vou-me embora desse mundo
Vou para onde a tisteza não possa aparecer
Estrela da Vida Inteira
Estrela da Vida Inteira
Salvaguarda meu caminho
Brilharás sobremaneira, no meu coração sozinho
Quero os beijos de Adalgisa
A saliva de Carmela
A cidade em minhas veias
O que o ópio me reserva
Vou-me embora desse mundo
Vou para onde a tisteza não possa aparecer
Estrela da Vida Inteira
Querem coagir meu peito
a me dar por satisfeito
com trabalho, voto e lar....
Mas tal qual qualquer Estrela
quedo extinto enfim, um dia
sob o signo da alforria
de brilhar em outro ser
Vou-me embora desse mundo
Vou para onde a tisteza não possa aparecer
sexta-feira, novembro 04, 2005
Episódio V
Fantasmas (Parte V)
E esse homem foi crescendo no decorrer das horas. O Desembargador sentia-o alimentando-se de desejos não confessados, com os de ter um apartamento bem melhor, de ter uma casa na praia, talvez uma casa no campo, talvez a garantia de que as coisas na velhice não esmoreceriam como lembrança. A manhã passou-se e o Desembargador “X” confortou-se que o crescimento do homem dentro dele seria limitado pela inércia em ligar para o advogado para falar daquele numerário no papel. Talvez o advogado nem aparecesse mais e toda essa conversa de numerários, liminares, corrupção quedasse como um episódio pitoresco que ele guardaria consigo e confessaria a um padre quando da unção extrema. Tão somente porque houve um desejo. Mas logo ao chegar no seu gabinete, o Desembargador notou um novo pedaço de papel dobrado sobre sua caixa de despachos pendentes. Abriu o papel dobrado e deparou-se com um numerário ainda maior e um número de telefone. Rapidamente, o Desembargador rasgou o papel e colocou as mãos sobre a cabeça atormentada. Queria se livrar daquilo tudo, mas não queria. E de repente, o homem havia dominado o Desembargador.
Há quem diga, no entanto, que as coisas não se passaram dessa maneira. Que o Desembargador não teve um conflito moral de-si-para-si, mas que durante todo o período em que estava titulado, apenas aguardava a hora certa para lançar suas fichas em uma prática velada de venda de decisão, por um preço excessivamente justo na tabela das coisas que não podem ser.
Fato mesmo é que o Desembargador encontrou-se mais uma vez com o advogado e apresentou-lhe um esboço da decisão naquele processo em que havia tantas partes envolvidas, inclusive o próprio Estado da Federação. E dizem que a decisão era tão bem argumentada que ninguém desconfiaria de que a mesma havia sido comprada se não fosse o fato de uma das partes envolvidas no feito já ter desencarnado há anos antes da primeira petição que iniciou o processo. Mas mortos não fazem parte do imaginário dos Desembargadores e o “X” não poderia saber do fato que o levou a enfrentar uma execução em praça pública. Mas vamos devagar que a estória deve ser bem trabalhada, como dizia Josefina Minha-Fé.
E esse homem foi crescendo no decorrer das horas. O Desembargador sentia-o alimentando-se de desejos não confessados, com os de ter um apartamento bem melhor, de ter uma casa na praia, talvez uma casa no campo, talvez a garantia de que as coisas na velhice não esmoreceriam como lembrança. A manhã passou-se e o Desembargador “X” confortou-se que o crescimento do homem dentro dele seria limitado pela inércia em ligar para o advogado para falar daquele numerário no papel. Talvez o advogado nem aparecesse mais e toda essa conversa de numerários, liminares, corrupção quedasse como um episódio pitoresco que ele guardaria consigo e confessaria a um padre quando da unção extrema. Tão somente porque houve um desejo. Mas logo ao chegar no seu gabinete, o Desembargador notou um novo pedaço de papel dobrado sobre sua caixa de despachos pendentes. Abriu o papel dobrado e deparou-se com um numerário ainda maior e um número de telefone. Rapidamente, o Desembargador rasgou o papel e colocou as mãos sobre a cabeça atormentada. Queria se livrar daquilo tudo, mas não queria. E de repente, o homem havia dominado o Desembargador.
Há quem diga, no entanto, que as coisas não se passaram dessa maneira. Que o Desembargador não teve um conflito moral de-si-para-si, mas que durante todo o período em que estava titulado, apenas aguardava a hora certa para lançar suas fichas em uma prática velada de venda de decisão, por um preço excessivamente justo na tabela das coisas que não podem ser.
Fato mesmo é que o Desembargador encontrou-se mais uma vez com o advogado e apresentou-lhe um esboço da decisão naquele processo em que havia tantas partes envolvidas, inclusive o próprio Estado da Federação. E dizem que a decisão era tão bem argumentada que ninguém desconfiaria de que a mesma havia sido comprada se não fosse o fato de uma das partes envolvidas no feito já ter desencarnado há anos antes da primeira petição que iniciou o processo. Mas mortos não fazem parte do imaginário dos Desembargadores e o “X” não poderia saber do fato que o levou a enfrentar uma execução em praça pública. Mas vamos devagar que a estória deve ser bem trabalhada, como dizia Josefina Minha-Fé.
Assinar:
Postagens (Atom)