terça-feira, novembro 02, 2010

Notinha Social 02/11

Um vendedor de caranguejos passou em frente à minha casa; bastou isso para aquela melancolia saudosista de Manuel Bandeira tomar conta de mim. Tentei em vão livrar-me do lirismo, da visão idílica de um Recife que já se foi. Qual quê. Prega na gente que nem o piche que não existe mais. Não existe remédio para isso. Pode se empanturrar de água rebelo, elixir paregórico, enfiar aspirina goela abaixo: o saudosismo recifense é um verme que se instala no coração.