O natal saiu pela porta e eu fui com ele,
Rodar pelas ruas antigas da cidade
Em tudo havia uma paz extremamente subjetiva
Que só o comércio adormecido pode ofertar
Uma mulher louca falava consigo
A sombra de alguém cambaleava embriagada rumo a nada
Dois policiais faziam uma velha cuspir pedras de crack, na ponte
Não havia anjos, não havia reis
Nenhuma glória a distinguir a pobreza sagrada da profana
A cidade era uma grande manjedoura vazia, sem pastores e vacas
E não havia homem ou deus que desejasse romper um ventre,
E embalar seu sono naquela pouca, magra e recifense paz.