segunda-feira, abril 02, 2012

América



Lentamente a América profunda a mim se revela:
O vermelho dos seus filhos mortos no Oriente
O branco de sua paz refinanciada nos bancos do Brooklin
O azul de sua esperança perpétua em um deus que não vem


A América, puta imensa, vendida em espetáculos grandiosos
Ainda é menina, mas com peitos flácidos
De tanta boca a sugar-lhe o leite de ouro
Quanto custa meia hora com ela?
Na foto do passaporte eu não rio, nem nada




Um guianês me para: que América é essa? É sua?
Não, aqui não é minha casa
A oferta não me cega: sou velho
É esta a terra dos bravos chineses, vietnamitas
E a mãe liberdade segue defronte, encarcerada