(Para Fátima, pela ausência de escritos no seu aniversário)
Esse nome que carregas, o que há nele?
Que histórias absurdas, bichos esquecidos, lâminas cegas nele se escondem?
O nome é nosso verdadeiro ato de nascimento
Ele existe antes de nós, e existe ainda que não existamos
Tua carne corrobora com teu nome, e ao dizê-lo corroboro com tua carne
Mas nesse nome que carregas, o que há nele?
Que suor noturno é esse que me encharca e invade minha vida?
É um nome imenso ainda que pequeno, é um nome terrível ainda que doce
É a partir dele que eu me nomeio, e se assim o é meu nome é teu nome
Mas esse nome que carregas, o que há nele?
Talvez a palavra, talvez o silêncio