Uma das coisas boas de se perder no mar, é matar um pouco do continente que sufoca a alma com seus pedregulhos de asfalto e brita. Acho que por isso fui para lá. Aconselho a todos que querem saber como a vida deveria ser aqui no Brasil. Muita vagabundagem e ócio criativo. Muito sol e gente sorrindo. Cheiro de mato e de mar. Coisas da terra, mixiras. Um travo de caju e o mel do bolo de rolo a confundir o palato. Uma rede para não pensar em nada, nem mesmo em pensar o pensar. Se o português é uma chuva observada de uma torre, o brasileiro é um mar azul em uma tarde que caindo dá outra cor à casinha praieira que ninguém sabe de quem é. Volto prá lá um dia...prá ler o poema de Paulo Leminski que enfeita a sala de jantar:
"Aqui, nesta pedra
alguém parou para olhar o mar
O mar não parou para ser olhado
foi mar prá tudo o quanto é lado"
Nada mais digo; convido: www.aldeiabeijupira.com.br