Esse samba não ia entrar no novo disco. Não guarda maiores similitudes com o espírito do projeto, é um samba calmo, quase uma bossa. Mas o resultado agradou tanto e a todos, que não tive como apartá-lo. Será um interlúdio...um samba que fala de fogões, geladeiras, mentiras e videotapes...
Noel Rosa e a Tempestade
Vai, vai, vai, vai que eu tô indo embora
Esqueça os sambas que te fiz
Esqueça a minha história
Vai, vai, vai, vai com essa dor tamanha
Que eu já fui pro o Mundo me curar
Da tua ausência estranha
E vá deixando a tempestade para mim, eu quero que ela venha sim
Chover no que eu deixei pra trás
Meu bem, não adianta mais repartir as coisas por nós dois
Deixemos isso prá depois
Eu quero a chuva só pra mim
Vai, vai, vai, vai pelo Mundo afora
Sangrar o sangue que eu perdi
No vão da minha memória
Vai, vai, vai, vai na meação de nada
O samba passou por aqui
E deixou minha voz guardada
E vá deixando Noel Rosa para mim, eu quero que ele venha sim
Cantar o que eu deixei pra trás
Meu bem, não adianta mais repartir os sambas por nós dois
Deixemos isso pra depois
Noel Rosa só pra mim
terça-feira, abril 26, 2005
segunda-feira, abril 25, 2005
Luciana e Andreia em Sampa
Quem disse que os opostos não se atraem....quem disse que os opostos são opostos....E lá se vão Lulu e Andreia rumo ao Masp e à Zara, e o mundo se me reconstrói sem ideais, sem meatafísica, sem nada...
Um beijo meus dois amores, vocês sequer sabem da importância de vocês em minha vida.
Na próxima eu estarei lá com certeza, para gastar os tubos e não me arrepender de nada; que tudo vale a pena, quando estou com vocês.
Um beijo meus dois amores, vocês sequer sabem da importância de vocês em minha vida.
Na próxima eu estarei lá com certeza, para gastar os tubos e não me arrepender de nada; que tudo vale a pena, quando estou com vocês.
segunda-feira, abril 18, 2005
domingo, abril 17, 2005
quinta-feira, abril 07, 2005
Beatriz
Minha nova sobrinha, seja bem-vinda. Em meio a um turbilhão de coisas rápidas seu choro rompe a madrugada enchendo o meu quarto adormecido de boas notícias. O tempo me corrói a ponto de impedir lhe construir algo realmente belo, mas trago como oferenda o anúncio da chegança de outra criança que tomo emprestado para saudar você. É a música de Caetano Veloso, do primeiro disco dele que adquiri com dinheiro da minha mesada, nos idos anos de 1991. É uma linda música que me inspira a um dia compor algo símile na chegança dos seus primos.
Boas-vindas, minha linda;
Boas-vindas
Caetano Veloso
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E a mãe do seu irmão
Minha mãe e eu
Meus irmãos e eu
E os pais da sua mãe
E a irmã da sua mãe
Lhe damos as boas-vindas
Boas-vindas, boas-vindas
Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E o irmão da sua mãe
Boas-vindas, minha linda;
Boas-vindas
Caetano Veloso
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E a mãe do seu irmão
Minha mãe e eu
Meus irmãos e eu
E os pais da sua mãe
E a irmã da sua mãe
Lhe damos as boas-vindas
Boas-vindas, boas-vindas
Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E o irmão da sua mãe
segunda-feira, abril 04, 2005
Elegia ao Perdão
Eu te perdôo, vida eterna, pelo que não fostes
Silencio teus erros nos meus erros, para ficarmos quites
Se errastes comigo foi porque eras gente, e tua carne era de carne – não de infinito
Eu te perdôo, vida eterna, pelos teus gritos
Mereço cada um deles por não ser Cristo
Toma em contrapartida esse meu olhar baixo, esse silêncio tão tímido de homem remido
Eis minha outra face – e ela é igual à mesma
Sempre uma face que se dá por outra, mas é a mesma
Eu te perdôo, vida eterna, pela tua vontade, e oferto a ti a mesma face pelo que desejas
Eu te perdôo, vida eterna, pela tua finitude
Tu que acabas em ti e disso te orgulhas
(eu sou maior que tua vontade porque um dia eu morro)
E é nas cinzas já mortas que recomeçam as fagulhas
Silencio teus erros nos meus erros, para ficarmos quites
Se errastes comigo foi porque eras gente, e tua carne era de carne – não de infinito
Eu te perdôo, vida eterna, pelos teus gritos
Mereço cada um deles por não ser Cristo
Toma em contrapartida esse meu olhar baixo, esse silêncio tão tímido de homem remido
Eis minha outra face – e ela é igual à mesma
Sempre uma face que se dá por outra, mas é a mesma
Eu te perdôo, vida eterna, pela tua vontade, e oferto a ti a mesma face pelo que desejas
Eu te perdôo, vida eterna, pela tua finitude
Tu que acabas em ti e disso te orgulhas
(eu sou maior que tua vontade porque um dia eu morro)
E é nas cinzas já mortas que recomeçam as fagulhas
sexta-feira, abril 01, 2005
Santo Amaro das Salinas
Santo Amaro das Salinas era um forte construído no século XVII pelos Portugueses e que foi incendiado pelos Holandeses. Deu nome ao bairro em que moro. Um dos bairros mais violentos da cidade, com várias favelas, avenidas tomadas por igrejas evangélicas, e uma comprida avenida - em particular - onde travestis fazem o trottoir. Mas apesar de tudo, é também um bairro que abriga a Rua bela da Aurora (uma rua de nome antigo que permaneceu ás ruas fulanas de tal preconizadas e previstas por Manuel Bandeira) e que tem a vista mais linda de toda a cidade a partir da ponte que liga o Recife ao Bairro do Recife. Tem também casinhas residenciais quase interioranas e uma tranquilidade nos fins de semana que beira a solidão das cidades fantasmas. Tem uma capela centenária escondida em uma pracinha que ninguém vê, a não ser que se preste muita atenção (como sói ocorrer com as coisas realmente belas).Tem um barzinho de esquina que se mantém ao longo dos anos apesar de alguns bares da moda com verniz de moderno (seja lá o que isso for) - que agrupam independentes que moram com a mamãe - se instalarem por lá. Lá, nesse bairro tão recifense em sua ontologia - está incrustada minha residência. E moramos felizes por lá, apesar do barulho do trânsito e das orações que expulsam todos os demônios - menos os meus. O fato é que vou me mudar para um bairro tão belo que dói nos olhos. Um bairro que sempre residiu no meu subconsciente como uma porção de existência digna em meio a tantos problemas que são rotineiros em Santo Amaro.
Histórico e cultural bairro de Casa Forte, minha alma é um engenho de cana que te abriga desde cedos anos. Mas há um meandro que me entristece lá no fundo de mim: de não querer largar as terras de Santo Amaro das Salinas, outroras valentes contra o invasor, hoje sobreviventes dos problemas instrínsecos ao seu pedaço de urbis.
Santo Amaro é um fio de manga que se instalou entre meus dentes: mas como dói...
Histórico e cultural bairro de Casa Forte, minha alma é um engenho de cana que te abriga desde cedos anos. Mas há um meandro que me entristece lá no fundo de mim: de não querer largar as terras de Santo Amaro das Salinas, outroras valentes contra o invasor, hoje sobreviventes dos problemas instrínsecos ao seu pedaço de urbis.
Santo Amaro é um fio de manga que se instalou entre meus dentes: mas como dói...
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