segunda-feira, agosto 01, 2005

Agosto

Vem, Agosto
Com suas nominações de língua perdida
Com seus passos de coisa imaginada depois de algo que se conta
em mistério. Vem como minha mãe vinha para ver se eu havia morrido
E inaugura em mim a marca do tempo, renova as células imaginárias do tempo
A existência imaginária do tempo
Vem
Pai dos meses, feiticeiro de quadro de Goya
bruxedo de gente grande, coisa antecipada que fica em nós
senhor dos ventos, pressuposto de ficar em casa temendo-se o não sabido
Vem
Vem, Agosto
Que o meu corpo é um tronco disposto a ser levado pelo mar