Quando a noite era prévia ao romper do ano
Sempre escolhia uma roupa nova para a novidade do ano por vir
Para que o passado ficasse alheio a mim, e eu, novo, para o mistério do futuro
Que besteira
Hoje eu visto a mesma roupa do ano passado
A mesma roupa que eu vestirei no ano que vem
Porque eu quero o passado comigo
E os anos que se foram estarão ao meu lado no ano que é novo
Não há novidade maior que estar vivo a cada novo segundo
E em cada segundo do passado eu experimento o ano vindouro
Feliz ano novo aos neus três leitores e à infinidade dos que não me lêem
Sem promessas, mas com esperanças
armadas sempre entre o temor e a maravilha