quinta-feira, junho 30, 2011

Da Solitude (letra Rodrigo Pinto, música André Mussalem)

Está chovendo na cidade
E eu moro nessa cidade há tanto tempo
Mas nunca vi chuva assim
Tão limpa, tão pura, tão mágica
Água benta que carrega todo concreto e a tristeza e a mentira
Da boca dos homens

Homens que se protegem
Da chuva e da dor
E eu quero que essa chuva me molhe
Que me transforme, me purifique, me reanime
Para a realidade seca que vem com o céu lavado

Minha carne pouca e fraca
Teme a tristeza do escuro que me cerca
Meus pés já não tocam o chão
Em vão as mãos suplicam em prece
E é de sonho e de desejo

Soa no peito o eco de apelos
Por breves sorrisos de alento
Meu corpo é um baú escuro
E no fundo, jaz um coração
E eu quero ser limpo e suave
Como a chuva da tarde

Mas ele disse: “não tenho em quem pensar
Volto prá casa vazio”
E ela me disse: “desejo mesmo voar
Que nem passarinho”



PS - Letra escrita em 1994 por Rodrigo e musicada por mim em 2011. Parte do projeto Antology da Banda que poderíamos ter sido mas nunca fomos.