sábado, dezembro 31, 2011

Ano Novo 3.1

Não, não adianta pular as ondas do mar
Guardar sementes de romã, segredar dentro da carteira
Os caroços da uva verde que você destronou com volúpia
Por entre os dentes sedentos de um futuro bom
Não vai resolver esta roupa branca, estendida ao sabor das espumas
O dourado, o vermelho, o azul traduzidos em desejo de algo
A se mostrar sem nitidez no horizonte messiânico
Nada disso trará a felicidade nesse ano que virá
Você precisa da tristeza
Você precisa dela a descobrir as camadas das tuas retinas
Então é melhor se preparar para chorar


Talvez você se case, talvez perca um grande amor
Quem sabe aquela promoção, quiçá sentirá fome
Mas para além de todas as tentativas de reter o futuro
Na palma da sua mão
Haverá uma noite neste ano indefinido
Uma noite apenas, em que a lua, silenciosamente, invadirá o seu repouso
E brilhará lindamente no seu quarto enquanto você dorme e sorri