terça-feira, junho 12, 2007

“Quando teu não-olhar encontra meu olhar
é mentira
é o desejo querendo concretizar-se
teu ícone paralisado bebendo meu movimento
o que poderia ser e o que não é”
( Poema extraído do Diário de um Médico de Rubens Aires)

“ Então eu vi Rubens pela primeira vez. A princípio o achei parecido com Fabrício. Deus meu, como estava enganada. Do segundo relance, quando meu noivo chamou a atenção, vi uma beleza que não era comum a tantos homens com quem tenho cruzado por este mundo. Seus olhos escuros, sua face lisa, sem barba, sua boca bem feita. Não era alto, não era baixo, mas quando gesticulava, parecia tornar-se enorme frente a pequenez da nossa pluralidade campestre. Rubens era singular, diferente da introspeção destas terras que se parece muito com a introspeção dos suíços e dos belgas. Naquele momento em que ele beijou a minha mão, senti o hálito terrível do destino baforando em minha nuca e o suspiro de Fabrício se afastando de minha boca”
( Texto extraído do diário pessoal de Ariel Souza d’Alencar, publicado com a permissão da família Souza d’Alencar).