terça-feira, julho 05, 2011

FILIPE

Ele vem como o vento em uma tarde vermelha

Toca a mão no meu rosto, já velho e cansado

Queria falar-lhe, mas não posso, porque já gastei todas as palavras

Ele me beija a face e aeroplanos não construídos descem em suas lágrimas

Um quarto de brinquedos cabe no hiato entre nós, na praia, no deserto

Ele fecha os meus olhos com as mãos

Eu não preciso mais ver nada