quinta-feira, julho 14, 2011

ÚLTIMA MANHÃ



Os mercados amanheceram em silêncio
Os bancos estavam de portas fechadas, não havia o que comprar
A ciranda financeira que permeia todas as coisas tácteis
Parou repentinamente como uma brincadeira de criança
Que já não quer mais brincar
Não houve pregão, nem cotação do dólar
As guerras cessaram dentro dos livros de história
Os gritos dos soldados mortos emudecidos pela manhã

Você silenciosamente caminhou por entre nossas ignorâncias
Beijou os olhos dos seus netos que dormiam
Andou pelas ondas das rádios que noticiavam o imponderável
Riu mais uma vez das nossas caricaturas, um apelido para cada um
Naquela manhã a Itália entrava em crise, os homens submergiam em corrupção
E sua crítica que antecipava, nas rádios, a nossa miséria humana
Agora desce em forma de bênçãos, de esperança, de fé e de união