terça-feira, dezembro 31, 2013

Ano novo

Não gosto de papéis em branco
Gosto de folhas amareladas, com pontas viradas para o ar
Gosto de anotações de entrelinhas
Corações rabiscados com nomes alheios
Na esperança de que o desenho simbolize o porvir
Gosto de tentar ler linhas apagadas pela borracha do tempo
De cheiro de perfume ou de guarda-roupa a sobrar pelas bordas
Papéis em branco ficam melhor em branco mesmo:
O futuro chega em carta colorida postada pelo passado
e que o presente jamais consegue abrir.





                                                    Um feliz ano novo, ou feliz tempo mesmo